O cinema antes de se concretizar como arte, como categoria
artística, era considerado – principalmente na França- um espetáculo popular do
qual artesões e trabalhadores urbanos eram espectadores. A elite concentrava
seu interesse no teatro.
A década de 20, neste contexto, surge para legitimar o
estatuto do cinema como arte e destruir o pensamento comum de que era ele um
“irmão pobre do teatro”.
O impressionismo francês aparece no cenário pós-guerra para
imprimir nas imagens fílmicas sua vocação para arte. O movimento era composto
basicamente pelo poeta, dramaturgo e critico de teatro Louis Delluc,o escritor
Marcel L’Herbier,o também poeta Jean Epstein e os cineastas Abel Gance e
Germaine Dulac (que se destacaria mais tarde com Surrealismo).
Esta vanguarda, considerada a Primeira Onda francesa, foi
acompanhada por um grande processo cultural que deu inicio a crítica cinematográfica.
O impressionismo era
um espaço cultural e teórico do cinema e buscava sua valorização através da
prática e da teorização. Neste ponto surgem diversos periódicos dedicados ao
assunto, cineclubes e salas especializadas objetivando ganhar um público cada
vez maior.
Os filmes impressionistas caracterizam-se pela valorização
da imagem, dedicando uma atenção especial ao espaço (enquadramento,
profundidade de campo,cenário).Estes filmes apresentavam um interesse
primordial pelo trabalho com a câmera e pela montagem acelerada e visando
estabelecer a presença de um “olhar móvel” usavam e abusavam de distorções,
foras de foco, sobreimpressões, deformações e planos subjetivos num estilo
“pomposo e rebuscado”.
Suas temáticas eram voltadas ao enfoque subjetivo e exploravam o universo interior e psicológico das personagens ,o que tornava essencial a
presença do diretor-autor.
A título de curiosidade o Impressionismo Francês, apesar de
ser fruto de iniciativas semi-independentes, foi o movimento que gerou as
produções mais caras e comerciais na história do cinema de vanguarda.